06 de gener 2011

NOSTÁLGICO MAR

Ah, se o tempo pudesse voltar
E minha vida, reviver!
Por muito tempo sobrevivi,
Mas no fundo, pouco vivi.

E cada segundo que sinto
Furta uma parte de mim
Vou morrendo aos poucos
Numa trajetória sem fim

O que me resta são memórias
Daqueles que amo, que amei
Perdi-me numa estrada distante
Onde lágrimas querem o antes...

A vida clama por pausas
Antes do ponto final.
São vírgulas pra nos guiar
Simples reflexos do pensar.

Tanto caos ao meu redor
Quase todos se esqueceram
De que os homens nasceram
Simplesmente para amar.

O que posso fazer pra mudar?
Vi uma cidade morta e escura...
De prédios, árvores e gente cinza
Gritei em vão, porém tentei.

E não importa se me maltratam
E se os hipócritas me detestam
Minha luta e real inspiração
É ter a verdade ao meu lado.

E nossos sonhos já estão ruindo
Nosso céu estralado, sumindo
Nuvens negras pairando em nós
As lágrimas não lhe comovem mais

E mesmo que o meu coração
Tão frágil como um cristal
Despedace-se em suas mãos
Jamais se esqueça de tudo que fiz.

Eu lhe ofereci minha alma
Preferiu insensivelmente minha carne.
Mesmo sofrendo e amando...
Não senti nenhuma repulsão.

Sempre estará comigo
Mesmo distante de mim
Sentirei os seus beijos
E o toque do seu olhar

Beleza existiu, mas destruídas as flores...
O mágico perfume continua
E nunca me esquecerei de quando o amor...
Foi tão rebelde quanto o mar.

(Marcello Ananias, 1999)